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É indescritível a emoção de apresentar o Teatro Lambe-lambe no Largo do Pelourinho, nas ladeiras do Pelô, para a grande diversidade de público que encontramos por lá. Turistas do Brasil e do mundo, baianos de todas baianidades, crianças...

A Oficina que fizemos com Ana Maria Amaral em 2011, foi no Teatro do SESC-SENAC que fica em pleno Largo do Pelourinho. No sobe e desce diário, para ir para a Oficina, passávamos pra cima e para baixo neste grande Largo e, vendo esse espaço mágico cheio de vida e história, tivemos a ideia de fazer o encerramento da Oficina em pleno Largo, espalhando caixas de Lambe-lambe pra todo lado e trazendo a esse público tão diversificado os novos espetáculos que estavam sendo criados na Oficina.

Foi uma emoção para nós, proporcionar no peito e na raça como gosta de falar nossa Ismine,  uma mostra com vários espetáculos inéditos e mais ainda! Estaríamos proporcionando um grande desafio para a metodologia que desenvolvemos com Ana para criação de uma dramaturgia do teatro lambe-lambe, ou seja , trazer os alunos da Oficina para o Largo, pois assim eles experimentariam pela primeira vez apresentar sua criação ao público, e que público!

E assim se deu inesperadamente a 1a. Mostra de Teatro Lambe-lambe no Lago do Pelourinho.

A mesma emoção sentimos em Ilhéus, quando levamos ao Calçadão Jorge Amado a 1a. Mostra de Teatro Lambe-lambe da cidade, também no encerramento da Oficina que fizemos lá em janeiro de 2011, em parceria com a Casa dos Artistas e com o Grupo de Teatro Popular de Ilhéus, que é um dos  grupos da Casa. Era a primeira vez de tudo. Que a cidade via o lambe-lambe, que artistas de teatro da cidade faziam uma Oficina deste formato, criavam suas histórias e suas caixas. Apesar de serem artistas experientes, todos ficaram com muita expectativa como seria a reação do público para suas obras. Na programação de abertura dos trabalhos da Oficina fizemos, eu e Ismine uma mostra inicial de nossas caixas e apresentamos nossos espetáculos para a cidade que via pela primeira vez o lambe-lambe, o que foi também motivo de grande ansiedade para nós.

São muitas as emoções trazidas pelo lambe-lambe, todas são particulares do momento  vivido seja ele o primeiro ou outro depois de muitos. Mas um em particular temos a certeza que para sempre será único para nós e para os que viveram. Este se deu em um campo muito restrito e com limitações que nunca havíamos vivenciado para a realização do nosso trabalho pedagógico, como não podermos usar uma simples tesoura... assim, com esses e muitos outros  desafios, realizamos em janeiro de  2011 a Oficina de Teatro Lambe-lambe com os adolescentes em medidas sócio-educativas da CASE, Salvador.

Foram 10 adolescentes escolhidos pela CASE para participarem  da Oficina onde, pelas limitações que se colocavam, fizemos também a nossa primeira experiência de bonecos Abayomi dentro das caixas. Abayomis são bonecos resultado de diversas amarrações e nós que se faz em retalhos de panos. Esses retalhos levávamos aos alunos para eles criarem seus bonecos e assim experimentamos outras formas de criação que respeitassem as limitações necessárias... por fim encerramos a Oficina com uma apresentação que  pôde ser assistida por todos os adolescentes e funcionários da CASE...  mas há muito a dizer sobre esta Oficina e estamos preparando um artigo especial sobre esta experiência.

Junto a tudo isso, que vivemos e fazemos, sabemos também de tantos outros grandes artistas dedicados a esta arte, que empreendem também várias ações para difusão do teatro lambe-lambe.

Sempre reconhecemos a importância dos amigos seguidores do Lambe-lambe, mesmo porque, seria negar a história e o acervo literário deste movimento teatral, cuja difusão no sul foi iniciada pelo Antônio Bonequeiro, após de uma oficina no Centro Latino Americano (em Arcozelos) 1995 e hoje tem toda essa visibilidade graças aos esforços e dedicação de todos vocês.

Meu grande abraço a todos!

Denise Di Santos



Comentários

  1. Bonito e importante relato Denise!
    Mais do que fazedores do teatro lambe-lambe , somos um movimento de teatro, construído por cada caixeiro que, articula a sua maneira a popularização desta linguagem, levando e trazendo e fazendo e experimentando e acrescentando.
    Aguardamos o relato da oficina do CASE, que , pela prévia, tem fortes emoções...
    Abraço carinhoso e saudoso do encontro no Pelô!
    Que muitos outros possam acontecer nesta ladeira calorosa.

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  2. Estamos quase chegando na feira de mangaio, chegaremos no dia que possamos reunir nun só lugar todos os caixeiros, ai meu Deus! Que alegria vai ser. Aqui ou alhures, vai chegar.
    Ismine Lima.

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