O NAVIO NEGREIRO ATRAVES DO OLHAR DE SOLANO TRINDADE NO TEATRO LAMBE-LAMBE

“O mundo precisa de Teatro Lambe-Lambe”.

Stefhanie Bangoura

Me agrada muito a opinião de Stefhanie. Valeu. Soma com outras opiniões e reforça a ideia futurística do teatro lambe-lambe, do entendimento e do encontro.

Na Case Salvador tivemos a oportunidade de exercitar a junção do Teatro Lambe-Lambe com a poesia de Solano Trindade, o navio negreiro cheinho de poesia e de inteligência. Os abayomis, com suas cores, seus nós amarrados por mãos ávidas, salta na alma e a identidade da cultura africana, aparecem como por milagre imagens dançantes, verdadeiras divindades. Os próprios adolescentes se espantaram com a beleza de sua obra. A música de Dorival Caymmi, a partida... “Minha jangada vai sair pro mar”, e a musica de Andreza dos Santos “Meu bambam é você”. Tudo isto junto com a energia pulsante e desafiadora dos jovens internos.

Produzimos ainda barcos de papel, viajamos pelas águas, ventos das canções de Caymmi, reinventamos a carga humana do navio negreiro e descobrimos o que é um navio cheinho de melancolia, de poesia e de inteligência.

O entendimento e o encontro é o leque de possibilidades que está presente na linguagem do teatro lambe-lambe.

A oficina foi de 30 horas. Exercitamos a linguagem oral e escrita, os sentidos sinestésico e do palato, estabelecemos pactos de convivência, a memória afetiva e auditiva. Depois de tudo isso, não podemos ser mais os mesmos, somos outros, nós e eles. Porque a arte não copia a vida, reinventa e outro mundo nasce e é neste outro mundo que estamos.

Ismine Lima

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Foto e desenho gráfico: Solange Valladão

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