Nós que fazemos Teatro Lambe-Lambe, fazemos o que temos.
Tudo vem, lá, da nossa aldeia, trazemos no umbigo nossas reminiscências.
O homem que inventou o sapato deu a nós humanos a possibilidade de tornar o corpo, com maior poder de caminhar, ir mais longe, o pé é muito sensível, não se sobrevive na guerra sem o sapato. O sapateiro é um artesão e tem um poder enorme.
Houve, um tempo que era chamado de artista, principalmente aquele que conhecia
todo o processo do sapato, curtir o couro, fazer a forma, modelar, cortar, costurar, montar, colar, pregar, fazer o acabamento e ir pra feira vender o seu produto.
Nós do Teatro Lambe-Lambe, somos também, artistas, porque temos que entender de todo o fazer do teatro de bonecos, construir sua obra e são muitas as funções, haja dito,
Jô Fornari da Cia Andante que diz: é preciso uma técnica, uma poética, uma estética, e ainda fazer um roteiro, animar seus bonecos, dirigir e sair com seu teatro pra feira, “carregando nas mãos”, como o sapateiro. Temos que ter a coragem dos soldados, por isto, precisamos usar as botas, para poder dar conta das adversidades e poder sorrir, pois o nosso teatro tem este poder, absurdo e absoluto: os títeres, tal qual, os palhaços, são atirados e irreverentes.
Falei do sapateiro pra homenagear meu pai, que é um artista dos sapatos, que está hoje com 84 anos, velhinho..., foi um bravo homem, com um pé de ferro, um martelo, e um tamborete criou seus 10 filhos e somos todos do bem é minha verdade. Não sei e não conheço o pai do Antônio Bonequeiro, duvido que seja uma historia diferente, nós titeriteiros, somos filhos das aldeias, da enxada, da foice, do carro de boi, do PÉ de ferro, não poderíamos ter inventado o chip, não nascemos em Massechuttes, nem estudamos em Oxford. Hoje, “destecer é preciso”.
Com o teatro Lambe-Lambe, iniciamos uma viagem, não de volta, mas, de entendimento, de encontro, porque a cada invento revolucionário, o mundo fica menor, e parcela do nosso povo fica excluído dos ganhos das grandes invenções. Que venham os inventos, mas que no bojo, traga, a inclusão.
Hoje, nós brasileiros, vivemos um momento impar, da nossa historia, o morro do Vidigal, frequenta toca e dança nos palácios, nós somos convidados, recebemos prêmios... podemos ser reconhecidos como uma Cultura Viva, nós, que carregamos tamboretes e martelos...não foi de graça...um dia aprendemos com os comunistas que devíamos nos meter na política, que devíamos discutir política e elegemos o nosso presidente, LULA... que não foi tudo mas que já deu um salto... só não podemos é voltar atrás...
É preciso entendimento...
É preciso destecer...
E que o Teatro Lambe-Lambe tenha vindo para incluir...
Viva o Cultura Viva...
Viva 2010...
E vamos para 20011, em busca do nosso próprio caminho.
Parabéns arteira! Parabéns lambe lambe!!!
ResponderExcluirEstamos orgulhosos de fazer parte dessa família!
Como a gente faz para postar fotos das caixas daqui no seu blog. BJS GRANDES - ção
ResponderExcluirVou far com Solange e ela entra em com vc . UM grande abraço.
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